sexta-feira, 5 de setembro de 2008

1983

Agosto, 23.





  • Reunião no Museu do Trabalho.


  • Carimbador maluco no Do Sul, noite.

    Reunião no Museu do Trabalho.


Apresentei o projeto do Bailei novamente, agora para a nova diretoria que tomou posse. Eles também recusaram. Ficaram me olhando como se eu estivesse pirado. Aliança Francesa nem nos recebeu e o Goethe tinha toda a pauta ocupada.
Depois que a peça estourou o diretor do Museu do Trabalho veio me propor temporada. Tinha que acreditar antes, senão não vale.
Falei com a Lúcia ela pensou no Teatro do IPE. Não tem tradição, mas se não tiver outro... Sua mãe, Leisa Serpa ocupava um cargo no IPÊ e tinha idéia de utilizar o teatro para mais coisas do que seminários e conferências. Lúcia e eu falamos com ela. Na pior das hipóteses tínhamos teatro.
Acabamos optando pelo IPÊ depois de saber que não havíamos ganhado temporada no Teatro Renascença. Perdemos o edital para o Mario Masseti, um diretor paulista que estava com muitos trabalhos interessantes em Porto Alegre. Um dia me ligaram da administração do Centro Municipal de Cultura para que eu fosse buscar o projeto. Cheguei lá e o projeto não havia passado pelo protocolo geral e não havia sequer entrado no pleito de ocupação. Um funcionário da Opus, desabituado com a burocracia perdeu o prazo e entregou o projeto direto no teatro. Nem entrou em julgamento. Ficamos esperando um resultado que não tinha chance de acontecer. Mas, obviamente o funcionário não avisou ninguém. O nome dele era Átila, também conhecido nas internas como Átila, o rei dos burros. Trabalha na Opus até hoje é um cara legal.

Carimbador maluco no Do Sul, noite.



Gravei um comercial para TV com direção de Flávia Moraes. Uma campanha para a rede de Supermercados Do Sul. Passamos a madrugada no Supermercado na esquina da Rua São Vicente com a Av. Protásio Alves. O personagem era inspirado na música de Raul Seixas e fez muito sucesso. Eu usava uma maquiagem espessa, grossa, uma espécie de máscara branca, um chapéu coco e um carimbo gigantesco. Eu, quer dizer, o Carimbador Maluco entrava no supermercado de madrugada e remarcava todos os preços. Carimbava tudo o que via pela frente e culmina a perfomance com um carimbo na câmera. No final do VT eu atravessava um grande corredor vazio e no fundo dava dois pulos e no ar batia as solas da botina. Ficou com marca registrada do Carimbador Maluco. O comercial entrou no ar com uma mídia fantástica. Concentrando tudo na segunda feira para a promoção na terça, a veiculação foi de cento e vinte inserções somando todos os canais. Isso significou que a mídia no dia do lançamento da campanha do Carimbador Maluco, somando todos as veiculações em todos os canais, atingia o total de duas horas no ar. O tempo de um filme de longa-metragem. Isso teria conseqüências.

Agosto, 24.





  • Elenco da peça fechado: Cláudia, Cláudio, Flávio, Regina, Hermes, Márcia, Júlio & Lúcia.

    Com alegria escrevi que finalmente o elenco estava fechado: Cláudio, ariano, 29 anos, depois eu, Júlio, 28. Leão; Regina, 27, Sagitário; Flávio, 26, Peixes; Claudia, 24, Libra; Hermes, 23, Escorpião; Márcia, 22, Aquário; Lúcia, 18, Capricórnio. Pensava em fazer o mapa astral da peça. Faltava o dia e a hora do nascimento. Achava esse negócio de signos uma bobagem, mas... Pensamento mágico vale na reta final dos ensaios. São tantas variantes e a maiorias delas não se tem controle.
    Por isso No creo em las bruxas...

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